Onde devemos investir não é certamente uma pergunta isolada.
Muitas questões se interligam com esta pergunta, como as que levantei em resposta à Ana Machado, num comentário ao artigo “Desfavorecidos que solução?
- Qual deve ser organização geográfica do basquetebol?
- Subjacente a esta organização está a questão onde é que o basquetebol deve consolidar a sua implantação e onde é que deve tentar implantar-se?
- Associada a estas questões como devem ser distribuídos os recursos para a racionalização e obtenção dos objectivos definidos?
A minha disponibilidade para percorrer o país inteiro, a possibilidade que tenho de falar com imensas pessoas que andam no terreno, nos pavilhões, nos diversos cantos do país e o facto de estar muito atento a tudo o que se passa no universo do minibásquete permite-me dizer que conheço muito bem a realidade nacional. Quando se fala em Associações pequenas sei, por exemplo, o que está a ser feito na Guarda e nos seus clubes, as suas dificuldades, as actividades que têm ou não, sei o que está a ser feito em Viana e em média quantos jogos as crianças dos clubes destas Associações tem por ano; assim como sei como está organizado o minibásquete em Lisboa ou no Porto e em tantas outras regiões. Tenho um retrato de todo o país. Este facto permite-me, que quando estou a olhar para números, sei também muito do que estes significam em termos de actividades, e não tenhamos dúvidas que estas são decisivas para a fidelização dos praticantes. Como já referi no meu artigo (A qualidade é decisiva 11.05.10) eventos bem organizados são motivadores e eventos mal organizados são desmobilizadores. Esta constatação é fundamentalmente verdadeira para os pais, de quem dependemos cada vez mais, pois são estes, que na maioria dos casos transportam os minis, para estes poderem jogar. As crianças desde que não tenham muitos tempos mortos, que possam jogar, correr e estar com os amigos já estão felizes.
Na minha incursão pelos números afirmei que estes tem de ser lidos com cuidado e que por exemplo no caso do artigo “Qual a maior Associação?” não levavam em consideração entre outros o factor do envelhecimento. Com base de números do INE de 2007 resolvi fazer a mesma comparação, mas apenas com os habitantes de cada distrito até aos 24 anos. Curiosamente embora houvesse o afastamento ou aproximação de valores, as quatro primeiras e as quatro últimas Associações ficam nas mesmas posições. No grupo do meio os regiões envelhecidas como Castelo Branco, Guarda e Alentejo sobem no ranking.
Já lá vão vários anos, que ouvi numa reunião de coordenação técnica ao Carlos Gonçalves, então Director Técnico de Associação de Basquetebol de Coimbra, dizer que ter estratégia para o desenvolvimento do basquetebol, era saber onde residia a população mais jovem e investir nessas regiões e já nessa ocasião mencionava que a região de Braga era uma zona jovem do país que deveria merecer a atenção da Federação. O quadro apresentado não deixa margem para dúvidas que Braga, embora tenha alguns concelhos envelhecidos, globalmente é distrito jovem. Na mesma linha de pensamento também já referi que se deveria apostar no concelho de Alcochete, pois a ponte Vasco da Gama iria trazer população jovem àquele concelho. Em 2000 quando cheguei à FPB fiz um levantamento da população do país e quantos jovens havia entre os 6 e os 12 anos por concelho. Alcochete tinha nesse ano pouco mais do que cinco mil habitantes, estou muito curioso para olhar para os resultados dos próximos censos e verificar quantos habitantes tem actualmente.
Quadro do nº praticantes na época 2009/10
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