Corria o ano de 1969, em Quelimane, Moçambique, terra que me viu nascer e crescer. Na Zambézia, na margem esquerda do Rio dos Bons Sinais, a 1565 km a norte de Lourenço Marques, hoje Maputo, algo mudava para mim.
Só conhecia o basquetebol através dos relatos da rádio. Nunca tinha visto um jogo a sério, mas já sabia que os melhores eram o Mário Albuquerque, o Nelson Serra… Com meias ou com bolas de ténis, já me imaginava ser como um dos meus ídolos que chegavam via rádio, lançava para as sanefas e para os troncos das árvores.
Um sábado de manhã, o meu tio António que vivia connosco disse-me que havia uma surpresa na escola. Espanto meu, um par de tabelas de mini novas e um senhor muito simpático, que vinha de muito longe ensinar-nos o jogo e as suas regras. Foi um dia inesquecível.
Este senhor, o pai do MINI em Moçambique, foi determinante na minha vida e dava pelo nome de Cremildo Pereira.
Um ano depois, fui com a minha família viver para Lourenço Marques e ao encontro dos grandes torneios da Coca-Cola e da Milo, só equipas de bairro. A organização era do Núcleo de Minibasquetebol de Moçambique, um grupo de pessoas dinâmicas e entusiastas, lideradas pelo Sr. Cremildo Pereira e responsáveis pelo despertar de inúmeros jovens para a modalidade.
Nos 50 anos de Mini, agradeço ao Planeta Basket a oportunidade de destacar o feito deste grupo de pessoas, encabeçadas pelo Sr. Cremildo Pereira, em prol do Mini e da projecção dada à modalidade, onde muitas crianças, como eu, encontraram no Basquetebol uma certa maneira de estar na vidar.
A todos um grande Bem Haja!
Henrique Vieira
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“Em prol do basquetebol - Pela complexidade das regras e velocidade do jogo o basquetebol é mais difícil de arbitrar que qualquer outra modalidade – afirmou-nos António Guia Martins aplicado ‘aluno’ do GRANDE MESTRE Cremildo Pereira.”
(Cabeçalho de uma entrevista publicada num dos jornais locais da época)
Um grade abraço a todos os amantes da modalidade especialmente ao meu sobrinho Henrique
BRILHANTE!
Aquele Abraço