O regresso de LeBron James a Cleveland é a grande história do verão não só na NBA, mas provavelmente em todo o território norte-americano.
Após quatro temporadas em Miami, o filho pródigo regressou a casa com a ambição de ganhar um título para a sua terra natal. Mas o melhor jogador da liga não chegou sozinho, já que alguns meses depois de ter anunciado o seu regresso, os Cavaliers receberam de braços abertos um dos melhores power forwards da competição, Kevin Love. Naquela que foi a grande novela do verão, os Cavaliers prescindiram de duas primeiras escolhas do draft, Andrew Wiggins e Anthony Bennett para assegurar o concurso de Love, cuja presença transforma os candidatos Cavaliers em favoritos a vencer o Este. James e Love formam a melhor dupla de extremos da competição, mas o talento da equipa não se fica para aqui, já que na posição de base está apenas e só o MVP do último campeonato do mundo, Kyrie Irving, que deverá beneficiar e muito com a presença de tão ilustres companheiros. Para compor o plantel, David Blatt conta ainda com uma mescla de atletas jovens e experientes, que a funcionar em sintonia, poderão atingir grandes feitos a curto e médio prazo. São eles Dion Waiters, Matthew Dellavedova, Mike Miller, James Jones, Shawn Marion, Tristan Thompson, Anderson Varejão e Brendan Haywood.
A figura: LeBron James
Nascido e criado em Akron, Ohio, James foi escolhido pelos Cavs na 1ª posição do draft de 2003 e assumiu-se desde logo como a grande figura da sua geração. Apesar do impacto imediato que causou na liga, o melhor que conseguiu em Cleveland foi conduzir os Cavaliers às finais de 2007, onde acabaram derrotados pelos Spurs por 4-0. A sua decisão em levar os seus talentos para South Beach em 2010 e a forma como o anunciou despoletou uma onda de ódio sobre si que parecia ser irreversível para os adeptos dos Cavs. Contudo, o tempo acabou por sarar todas as feridas e LeBron surge agora como o salvador da pátria ou melhor como salvador do Estado do Ohio. Com dois títulos conquistados em Miami, LeBron é hoje em dia um jogador muito mais adulto e maduro do que o que saiu de Cleveland em 2010 e parece destinado a ter o seu conto de fadas, assim consiga levar os Cavaliers a um ou mais títulos de campeão da NBA.
O treinador: David Blatt
Mais conhecido na Europa do que propriamente nos Estados Unidos, David Blatt tem este ano a sua primeira oportunidade na NBA. Após cerca de duas décadas a somar êxitos na Europa, tanto ao nível de clubes como de selecções, Blatt viu-lhe cair nos braços uma oportunidade de sonho, sobretudo depois das aquisições de LeBron James e Kevin Love. A melhoria qualitativa do plantel acresce e de que maneira as responsabilidades do novo treinador, cuja adaptação a esta nova realidade terá de ser acelerada e com muito menor margem de erro. Na Europa ninguém duvida da sua capacidade, no entanto o facto de ter desenvolvido toda a sua carreira profissional fora dos EUA poderá criar-lhe obstáculos adicionais assim que os resultados não correspondam às expectativas criadas.
Cinco inicial
Kyrie Irving
Dion Waiters
LeBron James
Kevin Love
Anderson Varejão
O joker: Kyrie Irving
MVP do último Campeonato do Mundo, Kyrie Irving entra nesta época numa posição bem diferente daquela em que esteve nas suas primeiras três temporadas. 1º atleta escolhido no draft de 2011, Irving cedo correspondeu a todo o entusiasmo criado à sua volta, vencendo claramente o prémio de rookie do ano e assumindo-se como a principal referência dos Cavs. Mas com as chegadas de James e de Love, tudo mudou para Irving, que apesar de continuar a ter imensas responsabilidades no sucesso do conjunto, poderá agora partilhá-las com outros jogadores de elite. As médias impressionantes de cerca de 20 PPJ e 6 APJ que obteve nos seus três primeiros anos na NBA, até poderão cair este ano, mas por outro lado, as suas percentagens de lançamento deverão seguir o percurso inverso e ajudarão a consolidar o seu estatuto enquanto um dos melhores bases da competição.