10 perguntas, 10 respostas
 
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altPortugal esteve presente no Mundial 2010 na Turquia, por intermédio de um dos melhores árbitros do mundo - Fernando Rocha.

O Planeta Basket foi ao seu encontro e colocou-lhe 10 perguntas. Ao Fernando os mais sinceros parabéns e felicidades no seu futuro, que continue a representar o nosso Basquetebol da melhor maneira como o tem feito. Obrigado por tudo!

O que sentiu quando recebeu a nomeação para o mundial?
Num primeiro momento fiquei surpreendido e sem perceber muito bem a extensão da designação. Só com o decorrer do tempo me fui apercebendo da responsabilidade e da grande honra que era estar presente no Campeonato do Mundo, principalmente estando a representar um país com uma expressão praticamente nula no panorama basquetebolístico internacional. Senti, portanto, um grande orgulho e uma felicidade enorme por poder estar presente entre os melhores a representar o basquetebol português.

De que maneira se preparou para a competição?
A preparação foi intensa ao longo de praticamente dois meses. Em termos físicos, efectuei treinos bi-diários numa primeira fase, com trabalho de força pela manhã e à tarde trabalho de resistência aeróbia e anaeróbia.  Realizei também algum scouting, procurando conhecer as equipas que iria arbitrar, e observação de vídeos de situações de contactos.

Tive também a possibilidade de, ainda em Portugal, efectuar um torneio de preparação (em Lisboa com a selecção nacional) e em França, a convite da respectiva federação, um outro torneio imediatamente antes do início do Mundial com equipas participantes no mesmo.

Qual o sentimento antes, durante e após cada jogo?
Eu normalmente antes de qualquer jogo estou sempre com alguma ansiedade. É a minha forma de ser e neste caso não foi excepção, porventura, também um pouco de nervosismo por querer que as coisas corressem da melhor forma.

Durante o jogo esses sentimentos passam e só queres estar concentrado e fazer o teu trabalho correctamente, o que felizmente penso que aconteceu.

Após o jogo fazia sempre a retrospectiva do mesmo com os colegas que arbitrava e depois, individualmente, vendo o DVD do jogo.

Como eram passados os dias na Turquia?
Na primeira fase, em Ancara, os dias eram muito intensos, uma vez que além do jogo que arbitrávamos ficávamos também a ver os outros jogos. Entrava muitas vezes às duas da tarde no pavilhão e saí por volta da meia-noite. Depois, no dia seguinte via o jogo do dia anterior, um pouco de ginásio e recomeçava a rotina do dia anterior.

Na segunda fase, em Istambul, já foi diferente, pois havia menos jogos e arbitrar um jogo seria complicado dada a qualidade dos árbitros presentes, a maioria deles já com presenças em vários campeonatos do mundo e jogos olímpicos. Portanto, da parte da manhã realizava o meu treino diário, seguido de um passeio com alguns árbitros terminando com o cafezinho da ordem. Da parte da tarde ia para o pavilhão para ver os jogos do dia.

Em termos psicológicos foi a parte mais difícil porque estamos sempre à espera de apitar no dia seguinte e o tempo vai passando e não tens jogo… É realmente complicado gerir as emoções mas felizmente ainda tive a oportunidade de arbitrar o jogo de disputa do sétimo e oitavo lugar.

O jogo que mais recorda?
Todos os jogos tiveram a sua história e recordo-os a todos da mesma forma, mas porventura o jogo mais difícil foi o Grécia - Porto Rico, quer pela intensidade colocada quer pelas características das equipas. Como é do conhecimento geral as equipas sul-americanas jogam muito duro e nos limites do que é legal e portanto o jogo não foi fácil de arbitrar.

Pode-nos contar algum episódio que tenha sucedido com o Fernando?
Não direi que é um episódio mas uma situação particular. No jogo entre a Rússia e a Grécia, que decidia o segundo lugar do grupo, percebemos imediatamente que a Grécia ia jogar para perder de forma a evitar na fase seguinte a Espanha. Foi um jogo atípico, sem intensidade e sem qualquer tipo de problemas para nós que estávamos a arbitrar. O treinador da Rússia estava indignado com a forma como os gregos estavam a encarar o jogo e como era expectável a Rússia ganhou.

Mas ironia do destino, no jogo que se disputou a seguir no outro grupo entre a França e a Nova Zelândia, em que toda a gente esperava a vitória dos franceses, inesperadamente assim não aconteceu fazendo com que a Grécia acabasse mesmo por jogar com a Espanha.

Escreveu-se direito por linhas tortas…

Fernando, um desafio: escolha um top 5 dos árbitros que estiveram presentes no campeonato.
É muito difícil dizer quem foram os cinco melhores, mas gostei muito do Cristiano Maranho (Brasil), José Carrion (Porto Rico), Scott Butler (Austrália), Romualdas Brazauskas (Lituânia) e Luigi Lamonica (Itália)
 
O que mais recorda da Turquia?
Da grande qualidade do grupo e da amizade que conseguimos desenvolver ao longo da competição.

Também a organização foi excelente não nos tendo faltado nada. O que aprendeu neste mundial?
É difícil de concretizar o que aprendi mas tenho a certeza que a curto prazo terá influência na minha forma de actuar. Essencialmente a parte da gestão de jogo e a forma como devemos comunicar com todos os intervenientes foi sem sombra de dúvida uma grande experiência e um grande ensinamento para o futuro.

Depois da Turquia 2010, poderemos ver o Fernando em Londres 2012?
Como é óbvio não me compete a mim decidir. É realmente um sonho e um objectivo mas sempre com os pés bem assentes na terra. Se não estiver, em nada mudará a minha forma de ser e de estar e como sempre esperarei serenamente a oportunidade se ela surgir.

De momento as pessoas responsáveis da FIBA estão satisfeitas com o meu trabalho e como me disseram, estou dentro do comboio. Vamos ver…

 

 


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