É em torno deste lema que o Seixal tem vindo a desenvolver um trabalho digno de realce no minibásquete.
No conjunto de reflexões que publiquei nas últimos tempos, sobre estratégias para desenvolver o minibásquete, e que terminarei para a semana que vem em que farei uma breve síntese dos diversos textos, outra noção que pretendo transmitir é que devemos ter a capacidade de pensar globalmente, mas implementar os projectos regionalmente.
Para consubstanciarmos os nossos projectos temos que ter a noção que tudo depende da situação real do contexto e se o lema do Seixal é sem dúvida uma perspectiva global, correcta e muito abrangente, o seu trabalho tem características próprias que passam por muitos aspectos que tenho vindo a mencionar.
Os problemas de fundo da formação desportiva, nomeadamente das suas etapas iniciais passam por um conjunto muito alargado de circunstâncias que não são fáceis de modificar. Passam, entre outros factores, pela organização da actividade escolar, nomeadamente programas e horários, pelas opções de quem gere as fontes de financiamento das actividades desportivas, estado, autarquias, federações, associações, clubes, etc., pela organização, racionalização dos recursos existentes e pela qualidade dos seus agentes nomeadamente dirigentes e técnicos.
Neste mundo as coisas só acontecem quando alguém as provoca. Se é verdade, que por norma, soluções pontuais dificilmente resolverão problemas de fundo, num universo tão difícil de transformar teremos então que ter a perspicácia para compreender as coisas que não temos capacidade de modificar, o empenhamento e a coragem para alterarmos as coisas que podemos melhorar e o bom senso para distinguir, uma situação da outra.
Sempre que nos empenhamos num projecto, temos que tentar influenciar com as nossas convicções as pessoas que decidem, e perceber que existem modelos, existem orientações, mas tudo depende da situação real. As soluções, tem sempre, que ser encontradas dentro de cada contexto.
Para exemplificar o que acabamos de dizer, poderemos afirmar, que o projecto de desenvolvimento do minibásquete em Cantanhede, que contou, tanto quanto sabemos, na sua fase inicial, com grande apoio autárquico; (e a meu ver muito bem pois a nível do desporto esse é um dos papeis fundamentais das autarquias, apoiar a formação dos jovens dos seus municípios); é necessariamente diferente de outros projectos como o já referido projecto levado a cabo pelo Seixal nos últimos anos, ou a revitalização do minibásquete, que temos vindo a assistir, por exemplo no Scalipus, ou a dinâmica do CAB Grândola onde estive recentemente.
Poderia e deveria falar de outros projectos e outros clubes, que também merecem seguramente referência. Só que uma vez mais, quero fundamentalmente alertar para a importância do elo humano. Em qualquer das situações por detrás desses projectos estão pessoas, que conseguem envolver e dinamizar outras pessoas. Neste caso estou a falar, mesmo correndo o risco de não mencionar quem também merece: de Diogo Amoroso Lopes em Cantanhede, Pedro Silveira no Seixal, Joaquim Cambolas e Mário Amaral no Scalipus, Eládio Manuel e Timóteo Pfumo em Grândola. O interesse e a motivação no minibásquete, como em qualquer outra actividade humana, têm ser mantidos, no mínimo, através do reconhecimento. Essa é a recompensa que podemos e devemos dar aos dedicados entusiastas da formação.
