O espaço natural do jogador
 
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O espaço natural do jogador

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San Payo AraújoPoder desfrutar, numa longa conversa, do discurso de Josep Bordas um treinador, pedagogo e educador por excelência, foi quiçá a cereja no topo do bolo da minha estadia em Collell.

No intuito de partilhar, o privilégio que tive em o ouvir, vou continuar a escrever mais uns artigos, que na continuidade da descrição da minha vivência em Espanha, publicarei para transmitir algumas das suas ideias, escutadas ao longo dum agradável diálogo informal.

Como já referi em artigos anteriores Josep Bordas foi durante duas décadas o grande condutor e dinamizador do processo de Collell. Os conceitos que transmitirei, são resultado de um conjunto de notas soltas que fui registando durante a nossa conversa.

Começarei exatamente pelo conceito que mais me cativou, a noção de espaço vital e natural de cada criança. Tentarei ser fiel às suas palavras a partir dos meus apontamentos.

Para Josep Bordas cada criança, cada jogador é uma alma que tem o seu espaço natural e vital dentro de campo e onde irá sempre encontrar as melhores soluções e onde será sempre capaz, de melhor expressar o seu potencial.

“Aqui em Collell o que queremos é descobrir onde é que cada um deles se sente mais confortável a jogar. Esta é uma das principais razões pela qual os deixamos jogar livremente e apenas definimos objetivos e não damos instruções. O que queremos é cada um deles expresse livremente o seu potencial, pois será aí que ele se sentirá mais confortável e encontrará sempre as melhores soluções.”

Por outras palavras em Collell, não são os treinadores que determinam onde cada jovem vai jogar, muitas vezes decidido pelas suas características físicas e antropométricas, mas cada jogador vai à procura do espaço, em que se sente mais à vontade.

- “Em Collell passam-se coisas intangíveis, que os treinadores não conseguem ensinar. Há jogadores que, naturalmente, fazem coisas instintivas, que os treinadores não podem nem conseguem ensinar. Aqui o que fazemos é por os jovens a jogar e deixar que estes se exprimam e potenciem as suas capacidades e instintos. Há uma série de valores tangíveis e intangíveis, que eles só apreendem através do jogo, que não se ensinam, mas que tem a possibilidade de serem exteriorizadas através do jogo.”

Quando ouvi estas palavras de Josep Bordas veio-me à cabeça uma das muitas gerações que tive o prazer e o privilégio de treinar: a geração nascida em 1979 do Clube Atlético de Queluz. Quando olho para trás e penso nas variadas equipas que treinei considero que, contextualizando as idades e a época, esta equipa eram Sub-13 e Sub-14, os dois anos em que a treinei, foi o grupo que me passou pelas mãos que melhor basquetebol interpretou e praticou. Esta equipa, quando os comecei a treinar já tinham todos pelo menos 3 a 4 anos de minibásquete e já tinham visto muitos jogos de basquetebol.

Face a este contexto, nos jogos dos treinos e oficiais eu apenas decidia duas coisas: a primeira quem jogava, sem definir posições e a segunda os princípios pelos quais deviam interpretar o jogo., que eram “as cinco regras de ouro o Prof. Mário Lemos, que pontualmente eram enriquecidas, com informações como por exemplo, se o teu defensor te volta as costas, corta de imediato para o cesto, etc… Tudo o resto era com eles. Ao contrário de outras equipas que treinei não havia um único movimento definido. Era o jogo, apenas por conceitos princípios muito simples.

Confesso, que percebo agora mais do que nunca, porque é que eles jogavam tanto, mas na altura não soube tirar as conclusões que ouvi anos mais tarde, nas sábias palavras de Josep Bordas.

 

Comentários 

 
0 #6 João Baleizão 13-08-2014 14:37
Amigo San Payo,

Foi hoje que, em cinversa com um dos membros da nossa equipa da geração de 1979, que decidi procurar e ler este artigo. Foi um previlégio ser treinado, no desporto e na vida, por um grande treinador que nos guiou na forma de ver o jogo, as relações e a amizade. As mencionadas 5 regras de ouro fizeram parte do nosso basquetebol, da forma como interpretavamos o jogo. Sem dúvida, considero que o jogo fluia naturalmente, as jogadas eram bonitas e naturais, não havia nada combinado, apenas os princípios de jogo chegavam para que nos tornassemos uma verdadeira equipa. Tal como diz o João Cabral, são lições de jogo e de vida que ajudaram a que ainda hoje os membros da equipa tenham contacto permanente.

Um forte abraço!
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+4 #5 San Payo Araújo 01-05-2012 20:56
Caro amigo e companheiro treinador

Obrigado pelas tuas amáveis palavras,
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+5 #4 João Cabral 25-04-2012 12:09
San Payo, grande treinador, amigo e um exemplo que se tornou uma referência incontornável do nosso basquetebol.

Foi um prazer fazer parte deste grupo especial que levou o conceito de equipa muito para além do campo de jogo, tal era a união entre atletas e as suas famílias que ainda hoje se mantêm os laços de amizade.

Quanto aos ensinamentos do San Payo, e ás experiências que nos proporcionou, algumas internacionais (Barcelonal, Charleroy) um muito obrigado por acreditar em nós, estabelecer os objectivos que queria que atingíssemos sem nos "limitar" a esquemas de jogo e principalmente dar-nos espaço para errar, e através dos erros aprender.

Os anos passam e continuamos a aprender com os seus ensinamentos.

Abraço

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+4 #3 San Payo Araújo 24-04-2012 17:10
Parte 3

REGRA 4
O drible e a ocupação de corredores

Se não puderes lançar ou passar, finta para lançar ou passar e só depois disso é que deves entrar em drible pelo centro do campo em direcção ao cesto.


REGRA 5
A defesa e o enquadramento defensivo

Quando a tua equipa perde a posse da bola e tem de passar à defesa, procura dificultar a execução do primeiro passe, em seguida corre e coloca-te entre o teu oponente directo e o cesto, mas de forma a veres sempre a bola.

Nota: A interiorização da primeira regra é de extrema importância para a compreensão da leitura do jogo.
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+4 #2 San Payo Araújo 24-04-2012 17:09
Parte 2
REGRA Nº 1
A leitura do jogo e o enquadramento

Agarra a bola com as duas mãos e olha imediatamente para o cesto, para veres se podes lançar ou tens um companheiro melhor colocado.

REGRA 2
O lançamento e o ressalto

Se puderes lançar, lança e vai ao ressalto para tentares um segundo e um terceiro lançamento, no caso de teres falhado os lançamentos anteriores.

REGRA 3
O passe e corte, a desmarcação

Se não puderes lançar, passa e desmarca-te para o cesto pedindo a devolução da bola com a mão do lado contrário ao da sua posição.
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+4 #1 San Payo Araújo 24-04-2012 17:08
Parte 1
Fui abordado para informar o que são as 5 regras de Ouro do Prof Mário Lemos.

Estas estão no Manual do Minibásquete que pode ser consultado no site da FPB, mas para facilitar a ire publicá-las aqui num comentário.

Assim como em forma de caixa jornalística irei ilustrar este artigo num comentário.
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