Classificação objetivo ou consequência?
 
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Classificação objetivo ou consequência?

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Jorge AraújoNos escalões de formação a classificação resultante duma competição deve ser um objetivo ou uma consequência do trabalho realizado com os jovens praticantes?

Já vai longa esta série de textos sobre a minha vivência e do Sérgio Rosmaninho em Collell, mas a riqueza da experiência assim o justifica. Na última fase destes artigos tenho-me centrado sobre conceitos,  como o “espaço vital e natural” de cada jogador, a “química entre os jogadores” e o “lançamento instintivo”,  que no mínimo nos devem levar a pensar.

Ao aproximar-se a segunda edição da Festa do Minibásquete em Paços de Ferreira, que por ter um cariz classificativo, e note-se bem eu refiro classificativo e não competitivo, pois não são decididamente a mesma coisa, a competição, e não a classificação, é que é uma necessidade intrínseca à criança, aproveito para voltar a refletir sobre as regras e a arbitragem do jogo de minibásquete, com base num apontamento anotado na conversa com Josep Bordas.

Sempre preocupado com a evolução do jogo e com a forma como os jovens devem aprender a modalidade Josep Bordas afirmou que “o basquetebol dará um grande salto quando a arbitragem e as regras estiverem adaptadas à evolução do praticante. As regras do basquetebol são feitas para os seniores e pô-las em prática com as crianças é um fator que dificulta o seu desenvolvimento.”

Enquanto registava esta afirmação, com a qual estou completamente de acordo, veio-me à memória um dos meus primeiros textos publicado aqui no Planeta Basket intitulado “Cinco ideias para abordar o minibásquete”.  Na quinta ideia a propósito dos “Jogos e arbitragem à dimensão da criança” escrevi na mesma linha de pensamento, que “arbitrar basquetebol é interpretar as regras da modalidade, arbitrar minibásquete é interpretar as dificuldades motoras das crianças, pelo que consoante os graus de desenvolvimento e idades, os jogos e as regras podem e devem ser adaptados.”

Em Paços de Ferreira as regras não foram apenas adaptadas em função das dificuldades motoras das crianças. Por um conjunto de condicionalismos procederam-se a uma série de alterações nunca perdendo de vista que em todo este processo o fundamental é a criança. Agora que a 2ª edição da Festa de Paços de Ferreira se aproxima de novo, considero importante relembrarmos e refletirmos sobre o que é que queremos deste evento.

Para ajudar à reflexão considerei ser oportuno transcrever algumas passagens do livro de Jorge Araújo “Basquetebol, Preparação Técnica e Táctica” (1991) onde é abordado o tema da especialização precoce: "Ao abordar o basquetebol nas idades mais jovens, não devemos ter demasiada pressa, na obtenção do resultado final ou do mergulho extemporâneo numa realidade competitiva idêntica à do adulto e onde o que conta é ganhar, quantas vezes seja a que preço for. O aparecimento de jogadores de qualidade e de potenciais futuros campeões, não tem só a ver com o começo da prática exigente nas idades mais jovens. Aliás o Basquetebol português é pródigo na demonstração precisamente do inverso! Apesar de iniciarem a prática do Basquetebol aos oito anos e terem ganho campeonatos regionais e nacionais em série, muitos desses jovens, raramente despontam no escalão de seniores com a qualidade inicialmente atribuída! (…)

Se, pelo contrário, o basquetebol representar um meio enriquecedor de comportamento psico-motor e social dos jovens, verificaremos, afinal, que não só os objectivos educativos e formativos da prática desportiva infantil e juvenil se encontrarão respeitados, como também será bem maior a qualidade futura desses jovens como praticantes de basquetebol. A sua capacidade para interpretar e decidir correctamente em cada acção de jogo e a sua criatividade, serão tanto mais evidentes quanto não existirem pressões de qualquer tipo ao longo da prática desportiva infantil.”

Sabermos responder com clareza e sem hipocrisias o que é que queremos com a realização do evento de Paços de Ferreira e o quanto ele é decisivo para os jovens praticantes? Queremos criar condições competitivas que ajudem o desenvolvimento dos jovens praticantes?  Ou queremos encontrar uma classificação, seja a que preço for, que possibilite comparações, que satisfaçam o ego dos adultos?

A resposta cabe à consciência e ao sentido de responsabilidade de cada um dos que estiver presente na Capital do Móvel.

 

 


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