Os Campeonatos de Minibásquete de Espanha para as seleções das federações autonómicas são o grande momento de deteção, em que uma equipa de treinadores indicados pela Federação Espanhola,
escolhe os jovens para serem observados em Collell. Contudo como me disse o José Silva, responsável pela Academia, os selecionados de Collell não saem exclusivamente desta competição. Na Federação Espanhola também sabem que os participantes no Campeonato de Minibásquete querem ganhar e como tal, em função dos resultados imediatos, deixam de fora jovens com potencial, mas que no momento não dão a resposta desejada. Atentos a este fator, o ano passado entre os 36 rapazes presentes em Collell estavam 3 jovens que não tinham participado nos Campeonatos de Minibásqute de Espanha.
No último artigo fiz um apelo a que conseguíssemos alcançar 6.000 minis, 3.000 no masculino e 3.000 no feminino no escalão de Sub-12, contudo, como já afirmei, não são apenas os números que me interessam. Se a esses números não estiver associada uma prática regular do jogo pouco interesse terá esse indicador para o desenvolvimento da modalidade. Como conheço bem o país, sei que há regiões em que a prática é muito diminuta e também conheço o grande esforço que alguns clubes fazem para proporcionar uma prática regular aos seus praticantes. Para ilustrar este meu racicínio, costumo dizer, que prefiro ter uma Associação com 100 praticantes que façam vinte jogos por época, a uma Associação, que tenha 200 praticantes que façam apenas 2 jogos por época.
Mas voltemos à vizinha Espanha, e como referenciado pelo Henrique Santos, no seu artigo Portugal e Espanha pequenas notas comparativas, Anselmo López, com o apoio estatal do Conselho Superior de Desporto lançou, nos anos 60, com sucesso, uma operação em grande escala que conseguiu alcançar já nessa época os 100. 000 praticantes de minibásquete. Atualmente a Espanha tem no minibásquete, não incluindo o escalão de Sub-8 para cima de 130.000 minis. Com este alargado número de praticantes, e mais de 20 anos depois de ter lançado a referida campanha resolveu a Federação Espanhola, uma vez mais com o apoio estatal do Conselho Superior de Desportos, dar início ao Campeonato de Espanha de Minibásquete destinado a seleções das Federações Autonómicas, que vai neste momento na sua 25ª edição. Como se poderá compreender, não foi por se fazer um Campeonato de Espanha de Minibásquete que se alcançaram 130.000 praticantes, mas sentiu-se a necessidade de fazer esta competição, passados mais de 20 anos sobre a iniciativa de Anselmo López, por haver tantos praticantes. Neste caso, de êxito evidente, a competição surge como o corolário natural, e não como origem, do trabalho e sucesso alcançado.
Para sabermos do que estamos a falar e compreendermos melhor a profundidade do trabalho realizado em Espanha, para a semana que vem darei a título de exemplo, como a federação autonómica da Galiza, se prepara para participar nos Campeonatos de Minibásquete para as seleções autonómicas.
