Formação especializada de treinadores
 
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Formação especializada de treinadores

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Jorge Adelino Soares“Mais vale ser um excelente treinador de iniciados do que um mau treinador de seniores. E mesmo que com visibilidade diferente, um excelente treinador de iniciação é tão importante como um bom treinador de seniores.”

Jorge Adelino Soares


A A.N.T.B. lembrou-se de promover no seu site uma rúbrica em que, semanalmente, o professor Jorge Adelino Soares escolhe uma frase e a partir dela faz um comentário. Evidentemente, a qualidade do comentador e a sua larguíssima experiência só poderiam desembocar em textos interessantíssimos para todos os treinadores e não só.

Uma das últimas frases selecionadas deu azo a que o professor Adelino pudesse falar da diferenciação dos treinadores em função do campo onde trabalham, que se pode dividir, grossomodo, em setor da formação e setor da competição.  A frase comentada era: "A qualidade e a competência de um treinador dependem do contexto em que ele desempenha a sua função." Jean Côté (Canadá) & John Lyle (UK).

Falando de excelência, o professor exprime a opinião de que se pode ser excelente num desses setores sem o ser no outro e que isso é, aliás, mais a norma do que a exceção. O professor Adelino vai mesmo mais longe nessa diferenciação dizendo: “Atrevemo-nos mesmo a ir mais longe nesta reflexão. Esta separação entre alto rendimento e jovens não é suficiente. Mesmo dentro dessa grande categoria (treinadores de jovens) existem diferentes contextos para ele exercer a sua função, o que provavelmente, vai exigir ainda uma certa diferenciação, face aos diferentes contextos”. O professor sabe do que fala. Afinal, se não erro, do que conheço do seu percurso, ele foi um dos nossos treinadores de excelência no setor da formação, mesmo ao nível das respetivas seleções, não tendo enveredado pelo setor da competição sénior, certamente por falta de motivação para tal. Quanto a razões para essa diferenciação de excelência consoante o contexto da ação, Jorge Adelino menciona: “Na verdade, existem treinadores excelentes para trabalhar nas etapas de iniciação à prática de basquetebol, que, no entanto, não vão alcançar o mesmo nível de sucesso se forem para etapas mais avançadas da prática do Basquetebol. E com a mesma certeza devemos afirmar a situação inversa, de haver treinadores que no alto rendimento obtêm excelentes resultados mas que não possuem perfil (competências técnicas, traços de personalidade e mesmo “jeito”) para trabalhar com os mais jovens praticantes”.

Ora, o que acontece em Portugal mas não só, certamente, é que parece que se parte da suposição de que todos os treinadores têm a ambição de treinar as equipas de alta competição ao nível sénior. O próprio professor Jorge Adelino admite que “a maioria dos treinadores possui, de forma explícita, ou apenas no silêncio dos seus pensamentos, a ambição de vir a treinar as equipas de maior relevo na modalidade.” Mas sendo assim, todos aqueles que não o conseguem fazer, será geralmente por falta de competência. Esta forma de ver as coisas leva a conclusões e resultados algo desvirtuados. Nem todos têm a tal ambição de treinar equipas séniores, nem muito menos são incompetentes ou frustrados por não o conseguirem. Só que, para que isso seja algo de socialmente adquirido, a própria formação de treinadores, na sua estrutura, deveria estar organizada de forma diversa da que atualmente está.

É que, na verdade, nos graus em que está subdividida a formação de treinadores, quando se sobe um degrau acede-se a poder (ou quase dever) treinar um escalão mais alto. E desde logo isso induz na mente dos treinadores (e não só) uma forma de ver e de conceber a carreira como algo que menoriza os escalões mais jovens perante os mais altos.

Como é que esse problema – se é que se acha que é um problema, e eu acho que sim – se poderia resolver. Considero que a forma mais correta seria tornar cada nível de formação de treinadores, quanto a objetivos e conteúdos, centrado num setor de trabalho, com um perfil definido de competências. Mas é preciso que depois haja uma evolução na carreira, explicitado ao nível da formação contínua, que não faça uma série de propostas para que se saia do contexto onde se trabalha. É evidente que há fatores que desde logo, naturalmente, fazem com que os treinadores com mais experiência tenham a tendência para “saltar” para outros níveis: designadamente a falta de reconhecimento social (e não não só do ponto de vista material). Se considero normal que aqueles que começam a sua experiência de treinadores o façam com crianças e jovens, penso que deveriam ser sempre bem enquadrados por treinadores experientes que fizeram do trabalho nestes escalões uma opção de vida.

Um exemplo interessantíssimo de formação de treinadores em que o problema é resolvido de uma forma que me parece bastante satisfatória  é o italiano. Na formação específica que existe para treinadores de minibásquete existem vários graus (3 ou 4) a percorrer, cada um deles, aliás, com nomes diferentes. Assim, um treinador que queira dedicar-se somente ao minibásquete por gosto e “vocação”, pode seguir uma carreira própria. Não lhe acontece como aqui, que se prosseguir a sua formação parece que é induzido a passar de nível de jogadores e escalões a treinar. (É evidente que o efeito de escala que um país com a dimensão de Itália permite-lhe essa desmultiplicação de formações que em Portugal não é possível, pelo menos facilmente.)

P.S. Tenho de confessar que não estou muito atualizado com os os modelos de formação de treinadores que estão em vigor no nosso basquetebol e que, aliás, estão em fase de reconversão.

 

Comentários 

 
0 #1 fatima taveira 05-10-2013 23:10
Olá Henrique, apreciei muito o teu artigo sobre formação especializada de treinadores. Parabéns! Há muito que não sabia de ti, agora com as novas tecnologias tentei procurar-te. Sou a Mifá lembras-te, o meu email: .Sucesso e tudo de bom.
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