A incerteza é o sal do desporto. Ambos fazem mal ao coração, mas dão os dois sabor à vida. À 3ª ronda houve finalmente sal no CNB1 Sul.
Depois de duas jornadas com resultados desnivelados, os jogos disputados na 3ª terminaram todos com diferenças inferiores a 10 pontos, trazendo de novo a expectativa de um campeonato competitivo.
O destaque principal da jornada vai para o Belenenses que foi vencer fora a Academia. A equipa do Lumiar tem apresentado nas últimas épocas conjuntos equilibrados e bem organizados, e embora pareça este ano um pouco menos forte, continua a ser um dos sérios candidatos à subida de divisão. Os visitantes, ao contrário, evidenciam alguns desequilíbrios, com carências ao nível do jogo interior e com o lançamento exterior e as penetrações a serem as suas quase exclusivas armas ofensivas. O favoritismo pendia por isso para o lado da Academia, mas os jogos começam todos (0-0) e o que conta é o resultado no final do tempo de jogo. Ora enquanto a equipa da casa pareceu entrar em campo convencida de que mais tarde ou mais cedo a vitória lhe haveria de cair nos braços, os visitantes fizeram pela vida e acreditaram sempre durante os 40 minutos. Foi esta diferença na atitude dos jogadores que levou o conjunto do Restelo a conseguir a vitória nos momentos finais. A perder por um ponto a 12 segundos do fim, a Academia dispôs ainda de uma posse de bola para inverter o resultado, mas a defesa azul assumiu o risco de oferecer espaço para o lançamento exterior e venceu a aposta, face ao lançamento falhado da Academia. Vitória do Belenenses (69-70) alicerçada na superioridade do seu jogo exterior e na concentração dos jogadores do princípio ao fim do encontro.
Também em Évora houve emoção e incerteza até ao fim. O Salesianos de Évora-Ginásio Olhanense registou diversas alternâncias no marcador mas foi nos últimos 2 segundos que tudo se decidiu. Com a equipa da casa a vencer por 1 ponto, os visitantes tiveram a possibilidade de inverter o resultado desde a linha de lance livre, mas ao falhar os dois lançamentos deixaram o marcador nos (63-62) finais favoráveis ao conjunto alentejano.
Os 4 pontos da diferença final no Seixal-Atlético não reflectem a história do encontro. Os visitantes mantiveram-se na frente por margem confortável na maior parte do tempo, mas no último período a equipa da margem sul aproximou-se e, sem pôr em causa a vitória do Atlético, reduziu a diferença final para (57-61).
Em Ponta Delgada não se realizou o Micaelense-Moscavide por ausência dos visitantes, que assim averbaram derrota por falta de comparência.
Na Cruz-Quebrada um número significativo de pessoas trocou o ecrã da televisão ou do computador no conforto do sofá pelo assento de plástico na bancada do pavilhão para assistir ao Cruz-Quebradense-Estoril. E os que fizeram essa opção não deram certamente o seu tempo por mal empregue, pois assistiram a um encontro disputado, em que ambas as equipas procuraram a vitória do princípio ao fim.
Depois de um 1º período com alternâncias no marcador mas a terminar equilibrado (18-20), o Estoril iniciou o 2º quarto com um parcial de (0-15) que colocou a equipa da casa a correr atrás do prejuízo todo o resto do encontro. No tempo restante da 1ª parte a Cruz-Quebradense melhorou no controlo da posse da bola e explorou mais eficazmente as posições ofensivas interiores, conseguindo reduzir a diferença de 17 para 10 pontos (27-37). O 3º quarto foi o menos produtivo, com o Estoril a aumentar novamente a vantagem (38-52), e foi o último o único período que a equipa da casa venceu. Concretizando a partir de penetrações, passes para posições interiores, contra-ataques e um único lançamento triplo, e defendendo agressivamente o condutor da bola adversário, a Cruz-Quebradense reduziu a diferença para 4 pontos a cerca de 1 minuto do fim, mantendo o resultado em aberto. Daí até ao final no entanto, os pontos averbados pelo Estoril da linha de lance livre foram suficientes para que a vitória não lhe fugisse (59-67).
O menor número de turnovers dos visitantes proporcionou-lhes mais situações de lançamento, e a esta vantagem juntou-se a inferior eficácia ofensiva dos visitados, principalmente devido ao seu mau desempenho nos lançamentos triplos, com apenas 2 convertidos em 14 tentativas.
O Estoril manteve-se assim invicto, a par de Belenenses e Atlético, e a Cruz-Quebradense continua sem ganhar, tal como Ginásio Olhanense e Seixal. A Academia registou a 1ª derrota, o mesmo acontecendo ao Moscavide embora neste caso por falta de comparência, e Micaelense e Salesianos venceram pela 1ª vez.
Os encontros do próximo fim-de-semana concentram-se todos no sábado:
17 de Novembro
Ginásio Olhanense-Micaelense às 17:00h no Pav. Ginásio Olhanense
Atlético-Academia às 17:00 no Pav. da Tapadinha
Salesianos de Évora-Belenenses às 17:00h no Pav. D. Bosco
Moscavide-Cruz-Quebradense às 18:00 no Pav. do Moscavide
Estoril-Seixal às 18:30h no Pav. Manique-Salesianos