Apresentamos-lhe hoje o blog Viagens pelo mundo da Cátia Barbosa com a entrevista ao basquetebolista Diogo Carreira, atual capitão do Sport Lisboa e Benfica.
A blogger, Cátia Barbosa é uma jovem de 20 anos, aspirante a jornalista que ama escrever, viajar, e que, acima de tudo, quer ser feliz.
Quando descobriste o amor pelo basquetebol?
Descobri um pouco por acaso, embora o meu pai tivesse jogado, foi um primo que me levou para o basket. Como cresci no Barreiro, uma terra com muita tradição no basquetebol, fui e passados alguns treinos, que foram difíceis, comecei a gostar e andava sempre com a bola debaixo do braço na rua e na escola.
Onde e como começaste a dar os primeiros passos nessa área?
Comecei aos 9 anos no FC Barreirense. Depois de ter experimentado vários desportos apaixonei -me pelo basquetebol e fui sentindo que tinha jeito e, juntando amigos, já que nessa idade é fundamental, ajudou-me muito porque além da prática de atividade física, o desporto dá-nos regras e espírito de equipa que são muito bons para aplicar na vida.
Pelos clubes por onde já passaste houve algum que te marcasse mais?
Já joguei em vários clubes: Barreirense, Seixal, Belenenses e Benfica. Dei sempre o máximo e fui bem tratado, mas os meus 2 clubes de eleição são o Barreirense e o SLBenfica, onde sempre sonhei jogar e ser campeão! Guardo também um carinho especial pela selecção que representei desde muito cedo e ate aos seniores!
Atualmente, Diogo Carreira é capitão de equipa no SL Benfica, clube pelo qual sempre teve uma enorme paixão.
Jogar no Benfica era uma meta para ti?
Sempre fui benfiquista e ia ao pavilhão da luz ver os jogos e, como tal, tive sempre o sonho de jogar no Benfica sim. Existiram várias hipóteses mas, só em 2008, o sonho se concretizou, bem a tempo de conquistar tudo pelo meu clube do coração e de chegar a capitão de equipa, o que me deixa muito orgulhoso e feliz!
Como está a ser essa experiência?
Está a ser uma experiência espetacular pois confirmei toda a grandeza do clube e sinto um enorme orgulho em representá-lo todos os dias e erguer os troféus que eu e os meus colegas temos vindo a colecionar nestes já 7 anos de águia ao peito.
Apesar de uma carreira extraordinária, Diogo passou por situações graves ao longo do seu percurso, situações às quais deu sempre a volta por cima mostrando força e uma enorme coragem.
Em 2009, foi-te diagnosticado um tumor na cabeça ao qual, mais tarde, se juntou a a contração da gripe A. Como geriste toda esta reviravolta?
Esse problema de saúde foi complicado numa fase inicial pois era tudo desconhecido e temi pela minha saúde e carreira mas, fui muito bem acompanhado e tratado pelos médicos e, depois de perceber bem o que tinha e como o tratar, acalmei e só me preocupei de novo quando fizemos o tratamento no verão e na total recuperação. Hoje em dia só tenho de controlar com exames médicos como se encontra o tumor que foi tratado para não crescer. A gripe A foi um "azar" que me aconteceu a mim e a milhares no país mas teve mais impacto porque fui um dos primeiros e, porque foi ao serviço da seleção de Portugal, o que nesse ano me impediu de a representar no apuramento para o campeonato da Europa. Considero que tudo isso me tornou mais forte e me ajudou por exemplo na lesão grave que contraí esta época. Essa sim, é o maior desafio que já tive na carreira toda.
Depois do tumor estar controlado mudaste alguma coisa na tua vida ou no teu dia-a-dia?
Como já referi, foi algo que descobri por acaso em exames de rotina e não mudei nada no dia-a-dia. Realizei uma intervenção nesse verão o que foi algo difícil, e depois recuperei em 1 mês e, hoje em dia, todos os anos realizo uma ressonância magnética à cabeça, mas só de controle.
Estes contratempos por assim dizer, nunca o impediram de desistir e, em 2014, Diogo voltou com mais força do que nunca.
Entretanto, em 2014, voltaste a renovar contrato com o SLBenfica, que objetivos traçaste para essa nova época?
Sempre que renovo as metas num clube tão grande como este são sempre as mesmas: ganhar e ganhar! Já são 22 títulos pelo Benfica mas a ambição é diária e consiste em melhorar e continuar a vencer pois o difícil não é chegar ao topo, mas manter-mo-nos lá e, neste clube, e na nossa equipa, não nos "fartamos" de ganhar e queremos sempre mais e mais.
Também pelo SLBenfica conquistaste cinco Campeonatos Nacionais, quatro Supertaças, três Taças Hugo dos Santos, três Troféus António Pratas e uma Taça de Portugal. Quando olhas para trás e avalias todas estas conquistas o que é que pensas do teu percurso?
Quando olho para trás e penso no percurso, quer no meu clube atual, quer na minha já longa carreira, sinto um enorme orgulho e já uma saudade de quando terminar a carreira, porque o basquetebol e o desporto são a minha vida e por isso tento aproveitar cada segundo, cada treino, cada jogo e cada troféu que ergo como se fosse o ultimo.
Por fim, que mensagem gostarias de deixar a todos aqueles que te consideram um exemplo de força e que, como tu, amam o basquetebol e querem ter uma carreira nessa área?
O meu conselho será para irem atrás dos vossos sonhos e praticarem desporto seja o basquetebol ou outro qualquer e trabalhem para isso, nunca esquecendo os estudos e ouvindo sempre os vossos pais e os vossos treinadores, pois estamos sempre a aprender e aprendendo estamos a ser melhores.