Jr. NBA e a geografia
 
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Jr. NBA e a geografia

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Jr. NBA e a geografia do basquetebolA geografia do basquetebol foi algo que sempre me interessou. Tentar compreender a força do basquetebol nalguns concelhos, tentar compreender as razões da expansão da modalidade pelo território nacional, perceber em que ocasiões a modalidade mais se expandiu

em que épocas é que historicamente estagnou ou regrediu, tentar perceber que decisões políticas e em que medida a organização geográfica e administrativa facilita ou impede o crescimento da modalidade, são temas que sempre me fascinaram.

Nesta tentativa de análise há dois fatores decisivos sobre os quais não tenho grandes dúvidas. A primeira é a importância do fator humano. Para exemplificar o que estou a dizer, vou dar três exemplos. Alguém tem dúvidas sobre a influência decisiva que a Teresa Barata e o Hélder têm na expressão que o basquetebol conseguiu no concelho de Vila Real e agora está a ter em Rio Maior? Eu não tenho. Outro exemplo, alguém tem dúvidas sobre a importância e o peso que o Luís Laureano tem na vitalidade e resiliência que o basquetebol tem demonstrado ao longo dos anos bem no interior do país em Reguengos de Monsaraz? Mais um exemplo para terminar, porque felizmente a lista ainda tem mais exemplos.

Qual a importância do Abílio Lourenço em Ponte de Lima de onde têm surgido ao longo dos anos jogadores e jogadoras internacionais como entre outros por exemplo a Michele Brandão e o Miguel Maria Cardoso? Eu não tenho dúvidas e peço desde já desculpa em não referir mais casos, por esse país fora, dignos desta menção.

O segundo fator são decisões de política desportiva, que facilitaram a expansão da modalidade. Penso que o fator humano, a vinda de muitos amantes da modalidade oriundos de Angola e principalmente de Moçambique, associado aos Planos de Desenvolvimento do Basquetebol elaborados nos pós 25 de abril pela extinta Direção Geral dos Desportos levou à criação de muitas das Associações Regionais e Distritais de Basquetebol, que ajudaram a expandir a modalidade por concelhos onde a modalidade não existia ou tinha qualquer expressão. Quantas Associações de Basquetebol surgiram depois de 1974?

Por ser um tema ao qual dei sempre muita atenção resolvi elaborar um quadro com a expressão geográfica do Jr. NBA.

Tabela Jr.NBA

Da leitura do referido quadro há dados que reparei e que passo a mencionar.

1. A ausência de escolas, em termos geográficos, de todo o nordeste do país. Não há uma única escola pertencente aos distritos de Viseu, Guarda e Bragança.

2. A ausência de estabelecimentos escolares de cidade e concelhos com elevado número de habitantes ou com fortes tradições na modalidade.

Na League Norte: A ausência de Braga a terceira maior cidade do país e Guimarães e Barcelos cidades com clubes nas principais ligas do nosso basquetebol.

Na League Centro: A ausência de uma das cidades com maiores tradições no basquetebol de Coimbra.

Na League Lisboa: A ausência de Torres Vedras, concelho com muitas tradições na modalidade onde inclusivamente nos primórdios do basquetebol chegou a existir a Associação de Basquetebol de Torres Vedras.

Na League Sul: Por todos os motivos e mais algum a ausência de Albufeira, que historicamente com Faro e Olhão são os concelhos com as tradições mais antigas no basquetebol algarvio. Felizmente que Portimão onde a modalidade está muito ativa se está a juntar a este trio histórico.

Para a semana que vem tecerei as minhas últimas reflexões sobre o Jr. NBA pois na minha cabeça já fervilham outros temas relacionados com o basquetebol de formação.

 

 


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