6 jogos, 6 perguntas, 6 respostas
 
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6 jogos, 6 perguntas, 6 respostas

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altFomos mais uma vez ao encontro do seleccionador nacional Moncho Lopez e desafiámo-lo a responder-nos a seis questões, uma por cada jogo disputado pela nossa selecção na recente fase de qualificação para o Eurobasket 2009.

Agradecemos desde já a amabilidade e disponibilidade de Moncho Lopez para nos responder a mais estas questões, que acabam por ser uma análise feita pelo próprio a esta fase de qualificação.

Jogo 1 com a Estónia em Ovar: Os triplos de Kullamae nos momentos decisivos e uma derrota caseira. O que faltou a Portugal?
Creio que no primeiro jogo, o maior problema de Portugal foi não chegar aos 100% em termos de confiança nos momentos decisivos. Uns dias antes tínhamos jogado na Efes Pilsen World Cup onde demonstrámos um elevado nível de jogo, apesar de termos perdido os três desafios. Em dois deles, diante da Turquia e principalmente diante da Grã-Bretanha, equilibrámos as partidas até final, mas não soubemos ou não conseguimos ganhar; penso que neste torneio, a ausência por lesão do Miguel Miranda nos prejudicou bastante, dado que é um jogador com uma grande inteligência táctica e com muito boa mentalidade para tomar as decisões certas nos momentos decisivos. Chegado o momento de jogar em Ovar, o Miguel integrou a equipa apesar de não estar ainda totalmente recuperado e eu decidi, durante a partida, não o utilizar para não arriscar uma recaída da sua lesão. Hoje não estou arrependido porque o Miguel acabou por recuperar, jogando mesmo 38 minutos com a Macedónia e 40 com a Letónia, onde o seu papel foi importantíssimo. Outro problema que tivemos diante da Estónia foi não conseguirmos parar o pick and roll do base Sokk no último período. O Tavares, que esteve em campo nos últimos minutos, foi culpabilizado injustamente como um dos motivos da derrota. Fomos todos culpados pela derrota, primeiro eu como treinador e depois a equipa. Qualquer um que entenda um pouco de basket sabe que a defesa do bloqueio directo implica um trabalho colectivo, muitas vezes dos cinco defensores e não só do defensor do portador da bola. Felizmente aprendemos a lição, como demonstrámos na Estónia, onde tivemos a capacidade de corrigir e de tomar melhores opções tácticas.

Jogo 2 com a Macedónia em Skopje: Lesão de Mário Fernandes logo na inicio e péssimo primeiro período. No final, derrota esmagadora por 37 pontos. O que sentiu neste jogo?
Há circunstâncias extra-desportivas que nos podem ter prejudicado nesta deslocação e que são mais difíceis de superar depois de perder um jogo em casa que sabes que podias ter ganho. A equipa preparou-se bem para esta partida e tínhamos estudado muito bem o rival, mas inexplicavelmente, nada nos saiu bem desde a bola ao ar. Como disse anteriormente, os nossos níveis de confiança não eram os melhores, mas isso não é uma desculpa, pelo contrário, é uma fraqueza da nossa parte e temos de assumir que não fomos capazes de controlar as nossas emoções, nem de jogar com a concentração necessária para entender que depois do primeiro período, havia que fazer todos os possíveis para reduzir a diferença no marcador e evitar uma derrota tão desnivelada que nos colocava numa situação crítica. Tentámos, mas não conseguimos, as coisas não nos saíram bem. Apesar de tudo, na análise do jogo, não se pode olhar só para Portugal, também tem que se dizer que este foi provavelmente o melhor jogo da Macedónia em muitos anos. Jogaram com uma intensidade e com um nível de acerto elevadíssimos e creio mesmo que nesse dia ganhariam a algumas das melhores equipas da Europa. Depois do jogo a minha preocupação era conseguir tranquilizar os jogadores. Sabia que o ambiente estava pesado, mas o mais importante era que a equipa esquecesse a derrota e acreditasse em si mesmo. Nesta fase, ajudaram-me imenso os dirigentes nacionais, especialmente o Presidente Mário Saldanha e o DTN Manuel Fernandes, transmitindo-me palavras de ânimo e de tranquilidade, o que me deu muita força para ser positivo. No dia seguinte viajámos para a Letónia, sem saber ainda se teríamos o Mário Fernandes recuperado. A reacção do Zé Costa nos treinos, a sua maneira de falar com os companheiros e sobretudo o seu olhar decidido foram sinais de que estava preparado para assumir a liderança e a direcção da equipa. Na minha carreira já tive experiências de sucessos e de insucessos e os dias posteriores à derrota com a Macedónia serviram para entender perfeitamente como o jogador Português é e sobretudo para compreender a sua mentalidade de compromisso.

Jogo 3 com a Letónia em Riga: Duas faltais técnicas durante a primeira parte. Estava mesmo nervoso ou tentava acordar a equipa?
Nunca me assinalaram duas faltas técnicas nesse jogo, apenas uma e foi por dar um pontapé numa bola num momento de tensão em que estava muito irritado com as decisões arbitrais. Sinceramente não estou orgulhoso do que disse, mas o que se estava a passar dentro do campo não era justo. Creio que se dá mais importância à falta técnica do que ela realmente tem. A mim já me apitaram técnicas, como a todos os treinadores, mas não faz parte do meu estilo ser tão agressivo, nem “brincar” a perder o controlo. Quantas técnicas me assinalaram nos dezanove jogos que já dirigi em Portugal?

Aquilo realmente importante é que a equipa fez uma defesa de manual, absolutamente perfeita durante 30 minutos. Contudo, não fomos capazes de encontrar soluções em termos de marcação. Lançámos de boas posições e não marcámos e creio que por muitos factores, não só psicológicos. Defender a 100% e não marcar no ataque é duríssimo para qualquer jogador e o melhor combustível para manter uma grande pressão defensiva é somar pontos no ataque e nós não o conseguimos; esta situação fez com que no último quarto perdêssemos a concentração bem como a pressão defensiva. Não nos podemos esquecer que a equipa chega, a este ponto, muito castigada pelas lesões: Mário três dias antes, Coelho e Marçal durante este jogo… E algo que ninguém fala, “as viagens” foram duras e longas. De facto, todos os treinadores adversários me disseram que o nosso calendário era o mais difícil, e eu concordo.

Jogo 4 com a Estónia em Tallinn: Reviravolta – Vitoria, já sem Nuno Marçal e com Jorge Coelho que jogou 10 minutos lesionado. Explosão de Paulo Cunha e sofrimento na última parte, quando os Estónios reagiram. Acreditava na vitória fora, depois das três derrotas iniciais?
Acredito sempre que a minha equipa pode vencer e depois do que vivi com este grupo de gladiadores ainda vou acreditar mais neles. Creio que os problemas físicos nos tornaram ainda mais unidos e a acreditar mais em nós como conjunto do que individualmente, acreditando que podíamos ser melhores do que os nossos rivais e assim foi. Este é um mérito dos jogadores, de todos, da personalidade tão positiva e tão competitiva do núcleo duro da equipa. Todos deram um passo em frente e foram capazes de chegar a este jogo com a cabeça limpa, quando sabíamos que já muita gente nos dava como mortos.

Jogo 5 com a Macedónia em Coimbra: Nova vitória contra o líder do grupo. No final do jogo, Stefanov, um dos melhores bases europeus, acabou o jogo com 2 pontos. Como conseguiram parar este jogador?
Foi um jogo perfeito, tanto no ataque como na defesa. O trabalho extraordinário de scouting que fizeram os meus dois adjuntos, Rui Alves e Rui Miranda permitiu-nos fazer um planeamento óptimo em relação ao jogo do Stefanov. E o mais importante, a execução desse plano, que não seria possível sem a fortaleza mental e física de jogadores como o Carlos Andrade e o Paulo Cunha, com a ajuda dos restantes. O principal objectivo táctico era reduzir os lançamentos do base Macedónio, criando situações de 2x1sempre que fosse possível e como ele utiliza muito o pick and roll, os nossos homens grandes não hesitaram e saltaram para o 2x1 sempre com decisão e agressividade.

Jogo 6 com a Letónia em Paredes: Melhor jogo de Portugal ao vencer uma equipa muito poderosa debaixo das tabelas. A sua equipa marcou 19 triplos – sorte ou confiança? E já agora, o que sente um treinador depois de uma fase de qualificação tão dura e intensa como esta?
Penso que o grupo de jogadores recebeu sempre toda a confiança por parte do staff técnico; tentámos não revolucionar nem alterar demasiado as coisas quando vivemos os nossos piores momentos, mantivemos o nosso estilo de trabalho de exigência máxima e sobretudo, nunca nos rendemos. Os jogadores foram submetidos a muito trabalho específico na preparação deste jogo, tanto dentro como fora do campo. Por exemplo, para preparar este jogo, chegámos a fazer três sessões de vídeo: numa analisava-se como nos haviam defendido e em seguida treinávamos as soluções ofensivas; vimos também um vídeo com o ataque da Letónia e ensaiámos no campo a estratégia defensiva contra eles; por fim, tivemos ainda uma terceira sessão de vídeo com imagens individuais dos melhores jogadores da Letónia, de forma a fortalecer os emparelhamentos defensivos que ocorreriam no jogo. Tudo isto significa que os jogadores reagiram muito bem, com uma atitude de grande compromisso e profissionalismo. Além disso, este trabalho transmitiu-nos segurança e confiança, ao ver que podíamos controlar muitos aspectos do jogo. É assim que se prepara uma final, que era o que este jogo era para nós e estou muito orgulhoso do trabalho dos meus adjuntos e dos meus jogadores nesses momentos: DESEJÁVAMOS GANHAR COM TODA A NOSSA ALMA!

Como me sinto? A verdade é que estou muito feliz. Contente por ter tomado a decisão de vir trabalhar para o vosso país e muito agradecido a Mário Saldanha por confiar em mim e por me convencer que o basquetebol Português merece todo o esforço e ajuda que possamos dar. Além disso, é gratificante para um treinador viver o que eu vivi com esta equipa, superar tantos azares e problemas e terminar a jogar a um nível altíssimo.

Os adeptos podem estar orgulhosos deste grupo de jogadores. São trabalhadores e sobretudo lutadores e defensores da imagem do seu país. Desejo que no próximo verão, as coisas nos saiam melhor e que possamos voltar a viver um ambiente tão bom como o que encontramos nos pavilhões de Ovar, Coimbra e Paredes.

 

 


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