Blitz Entrevista com Marion Mazer
 
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Blitz Entrevista com Marion Mazer

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altMarion Mazer presentemente integra a equipa de sub19. Veio para o basquetebol do GDB Leça "influenciada" pela sua irmã Prune (também atleta do GDB Leça). Logo se fez notar, não só pela camaradagem e amizade entre as colegas mas também pela dedicação com que sempre contagiou os treinos e os jogos.
 
A partir de então, a bola de basquetebol passou a ser sua companhia permanente, abraçada pelo braço que a transportava, antes e depois dos treinos/jogos.
 
Jogar a poste é posição dura, mas isso não a intimidou, trabalhou e foi ganhando a posição, facto que não passou despercebido a responsáveis técnicos. Várias convocatórias da Selecção distrital de Cadetes, a vitória pela ABP na Festa do Basquetebol Portimão ‘08, e convocatória da selecção nacional foram prémios mais que merecidos a esta atleta que sente e vive o basquetebol, também na ponta da caneta....
 


Nome: Marion Mazer
Data de Nascimento:17/6/92
Signo: Gémeos
Clube: Grupo Desportivo de Basquete de Leça
Anos de Prática: 3
Treinadores: Joaquim Bento, Luciano Couto


 
Com que idade começaste a jogar basket?
Comecei a jogar aos 14 anos, porque a minha irmã me obrigou a ir experimentar, já que o feminino do Desportivo estava ainda a ser formado.
 
Tens algum familiar que jogue ou que tenha jogado basquetebol?
Sim, a minha irmã Prune, que começou uns meses antes de mim. Se estou no basket, é tudo graças a ela!
 
Porque é que te decidiste pelo basket, em vez de outro desporto?
Há uns anos atrás, eu não gostava de basket. Gostava de andebol, mas não sabia de nenhum clube perto de minha casa ou da minha escola. A minha irmã foi influenciada por outras amigas, e depois pressionou-me durante semanas. Afinal, o que perdia eu? Era só um treino…mas, não sei como, entrei de tal maneira naquele mundo, que acabei por ser inscrita e principalmente adorar este desporto!
 
Quantas vezes jogas basket por semana? E quantas horas por dia lhe dedicas?
Treino 3 vezes por semana, mais um dia de musculação e outro de jogo. Não jogo na escola pois não há tabelas…Mas, mesmo assim, dedico-lhe umas 7 ou 8 horas. Porém, se na dedicação contar o tempo que converso com as outras pessoas e penso nele, dedico-lhe muitas horas mais, claro!
 
Já tentaste ler artigos ou notícias que te possam ajudar a evoluir como jogadora?
Sim, já tentei. Li alguns artigos sobre a alimentação e a defesa do poste no site do clube, e revistas francesas e espanholas de basket (bem posso correr toda a cidade que não consigo encontrar revistas portuguesas), mas nada me deu informação importante ou que eu desconhecia (na alimentação, essencialmente). Evolui sempre com a prática e com a discussão com outras pessoas, sabendo elas mais, menos ou tanto que eu.
 
O que sentes quando marcas um cesto?
Que fui útil. Que todas as horas que lhe dediquei durante os treinos serviram para algo, deram o seu fruto. Que as minhas colegas confiaram em mim e que eu respondi-lhes com a minha própria confiança. Lembro-me da primeira vez que marquei um cesto em jogo. Fui a correr para a defesa observando os números aumentarem no contador, e sorri para mim mesma. Foi mágico, foi…foi como se fizesse parte da equipa, juntar-me a todo o esforço das outras! Foi importante para mim os primeiros cestos que ia marcando até me habituar àquela sensação de orgulho em jogar com as outras e fazer parte delas.
 
O que tem mais valor para ti. Marcar um triplo ou fazer uma assistência? Porquê?
Nunca marquei um triplo, por isso não sei! Mas fazer uma assistência sabe sempre bem. Tenho uma amiga que joga há pouco tempo e que resmunga consigo própria por falhar tanto e marcar tão pouco, mas até costuma fazer-me algumas assistências. Sempre que ela se põe cabisbaixa, eu conto as assistências que me fez no jogo mais recente e digo-lhe que os pontos também são dela. Gosto de ver que ela se alegra com isso, e a cada dia ela ganha mais confiança.
 
Qual a posição que ocupas na equipa, e se é realmente essa posição natural ou  a tua preferida, ou entendes que na generalidade dos jogadores "a posição preferida" não existe?
Eu sou poste, sempre o fui. Por vezes jogo a extremo, mas não me sinto bem, não me sinto à vontade. Mas acho que sim, a posição preferida existe! Claro que um bom atleta joga em todas as posições, mas ele terá sempre uma posição em que a confiança será maior. Por já ter jogado (mesmo que seja raro) a extremo, reparo em coisas que a poste não reparava. Mas fiquei impressionada foi com o número de vezes em que eu, enquanto poste, penso estar correcta, e não estou! Quando não me passam a bola e acho que estou completamente sozinha, o extremo que tem a bola vê atrás de mim, vê uma parte do jogo que eu não vejo, vê a própria defesa à sua frente. Muitas vezes não arrisquei (enquanto extremo) a passar a bola dentro por achar que ela não chegaria ao seu destino, e por vezes vi aquilo que várias vezes faço com as minhas colegas: baixar o braço, suspirar um pouco e continuar a jogada. Poder jogar nas várias posições tem a vantagem de poder e sobretudo compreender os vários pontos de vista do jogo.
 
O que significam para ti as tuas colegas de equipa?
No ano passado, eram a minha segunda família. Se alguma coisa me acontecesse, elas estavam lá. Eram como cada nó da rede do cesto. Este ano, esta rede está um pouco gasta e rasgada…mas bem que tenta manter-se presa ao aro. Cada colega tem uma personalidade, cada uma tem a sua vida. Mas falar da equipa…não recorremos a individualidades, não recorremos a personalidades! Recorremos ao que esta ou aquela faz em jogo, como ela reage em cada situação, como ela lança. Reconheço cada colega minha pela sua maneira de lançar, pelas suas sapatilhas, pelos seus passes. Cada uma deixa a mão marcada na bola que vai correndo por nós, como uma camada de confiança que vamos completando. Mas, claro: uma equipa é uma equipa, e fora do balneário, são amizades. Dou-me melhor com umas do que com outras, conheço melhor esta ou aquela. Umas desiludem, outras apoiam, outras ajudam. Cada uma é um exemplo de alguém que encontraremos no nosso futuro, e é preciso saber lidar com elas…é o que acontece numa equipa.
 
Qual é o teu maior sonho?
Bem, o meu maior sonho…sem dúvida, o meu maior sonho é conseguir realizar todos os meus objectivos. É conseguir estar à altura de todas as minhas expectativas.
 
O que é que sentes quando o teu treinador te substitui?
Nunca pensei muito nisso. Mas são várias as razões, certo? Ou porque errei, ou porque estou cansada, ou porque não estou a acrescentar nada à equipa. Claro que não gosto de ser substituída por um erro que não fiz. Se o tiver feito e se for mesmo grave e necessário, sim, sinto que o treinador não fez mais que o seu dever. Afinal, o treinador é o nosso pai, é o chefe do grupo e o mais sábio, e todas as suas decisões têm fundamentos. Eu tento respeitá-las; não tenho que concordar ou não com uma substituição.
 
Que motivos costumam levar o teu treinador a pedir descontos de tempo?
Um dos grandes defeitos que tem assombrado a nossa equipa é a falta de persistência, a falta de atitude. Quando vemos que a outra equipa deu um salto e que se aproxima (ou se afasta de nós) deixamos de lutar. Aí, o treinador pede um desconto de tempo, muitas vezes inútil. Outras vezes, é simplesmente para descansar. Sei que é para descansar porque aquilo que o treinador nos diz, escrevinhando na tabela, é algo que já o tinha dito, e depois repete-se. Mas quando algo não está a funcionar, as palavras são completamente diferentes, e aí não estamos sentadas no banco apenas para beber um pouco de água e limpar a cara. Mas todas estas coisas, tive que ir analisando com o tempo. E ainda continuo a analisar, e todos estes pequenos pontos ajudam-me a evoluir.
 
Qual é a tua reacção depois de uma vitória?
Há vitórias e vitórias. Existem as vitórias bem merecidas e as vitórias que se perdem. Quando as vitórias são bem merecidas, sinto que…bem não sei bem, sinto que vale a pena dedicar tantas horas ao basket! Ganhar é o objectivo! Mas quando são aquelas vitórias que se perdem, sinto uma onda de vergonha no corpo e tento não falar muito sobre o jogo.
 
Qual é a tua reacção depois de uma derrota?
Outra vez, há derrotas e derrotas. Existem as derrotas que se ganham, que são aquelas vitórias que não constam no quadro da pontuação. Há sempre aquele sentido de piedade que me leva a pensar: “Perdemos, mas jogamos tão bem…” ou então “Só perdemos por X pontos, e elas eram mais fortes que nós!” E há aquelas derrotas bem merecidas, quando jogamos mal, mal, muito mal. Como se não fossemos nós próprias. Mesmo assim, em qualquer tipo de derrota, há sempre a mesma conclusão: ainda falta para sermos as melhores do mundo.
 
Se pudesses escolher uma jogadora Portuguesa para defrontar em 1x1 quem escolherias?
O desporto feminino não é lá muito divulgado. Nem quando somos nós a jogar, os rapazes não querem “apanhar uma valente seca” ao ver meninas que nem sabem saltar. São poucas as jogadoras seniores que conheço, e as poucas que conheço, desconheço-lhes o nome. Não é algo que me faça sentir orgulhosa, claro… O basquete feminino não se limita à Penicheiro! Cá em Portugal, ninguém dá importância às outras atletas. Mas se pudesse escolher uma jogadora portuguesa, escolheria uma bem próxima de mim, da minha equipa, a Mariana Bento. Quando conseguir fazer tudo o que ela faz, então subirei a barreira.
 
Se pudesses escolher uma jogadora estrangeira para defrontar em 1x1 quem escolherias?
É o mesmo, não conheço quase ninguém, porque o basquete feminino não se limita apenas à WNBA. Tenho algumas jogadoras que adoro ver jogar, mas não gostaria de as defrontar. Um dia (se esse dia chegar, claro) talvez, quando estiver à altura. Mesmo assim, a jogadora que eu gostava de poder defrontar é da WNBA (mas também não sei nome dela), alta, encorpada e de cabelo curto. Ela surpreendeu-me quando a vi jogar por conseguir apanhar todos os maus passes que o resto da equipa fazia, e na maioria das vezes terminá-los em cesto!
 
Quais são os teus hobbies além do basket?
Para ser sincera, não tenho muitos. Para além do desenho (que espero que seja o meu futuro), estudei flauta numa academia durante 6 anos, e que me influenciou muito na minha respiração quando pratico desporto.
 
Achas que o basket te tira tempo de estudo?
Não, claro que não. E discordo com os pais e professores que o afirmam, e ainda mais com os alunos que o usam como desculpa por não ter estudado. O basket (tal como todas as outras actividades) não me tira tempo de estudo nenhum, apenas o delimita. Ter uma ou várias actividades ajuda-me a organizar o meu tempo, e principalmente a aproveitá-lo bem. Quando estudo, estudo mesmo, nem que seja uma horinha! Não é que seja uma rapariga que esteja sempre a fazer os trabalhos, muitas vezes faço-os por cima do joelho. Mas, para um teste, muitas vezes não estudo tardes inteiras como alguns dos meus colegas o fazem, e consigo ter boas notas. Ter uma actividade só me ajudou, até agora, no que diz respeito à escola.
 
Quais os objectivos para a presente época?
Nesta época, nenhuma, somente manter tudo aquilo que aprendi até hoje. Na época passada, cumpri os meus objectivos. Já estabeleci objectivos para a próxima época, mas ainda há muita coisa que ainda não sei como vai acontecer.
 
O Basquetebol tem sido importante no teu desenvolvimento como desportista e pessoa?
Sim, sem dúvida! Tenho evoluído cada vez mais, física e psicologicamente! No basket aprendi coisas que nunca me ensinaram na escola: a força de vontade, a persistência, o respeito mútuo, a humildade, e principalmente lidar com pessoas que não gostamos. Se sempre que não gostasse de alguém tivesse que andar a remoer, seria uma pessoa triste! No basket, sou obrigada a conviver com todas as pessoas, quer goste, quer não. E isso, tal como a paciência, é algo que sempre tive dificuldade em tolerar. Também aprendi como me devia alimentar, tratar de uma ferida e um pouco como funcionam as articulações e os músculos do meu corpo.
 
Achas que a tua carreira passa por alguma função ligada as basquetebol, pensas no futuro permanecer ligado à modalidade?
Não é aquilo que eu mais quero, mas é umas das coisas que eu gostaria que acontecesse. Talvez não como jogadora, treinadora também não sei porque não sou lá muito boa a ensinar ( e não sou paciente), mas gostaria de acompanhar uma equipa. Acompanhar as iniciadas do meu clube desde o ano passado até agora, vê-las evoluir, seguir a evolução de cada uma, tem sido espectacular. Gostaria de estar ainda mais perto de uma equipa destas do que apenas como espectadora.
 
Que marca de botas mais gostas de usar?
Aquelas Adidas que muita gente tem, brancas com risquinhas azuis…são as únicas sapatilhas que gosto. São leves, confortáveis; parece que tenho asas e não pés! Estão muito gastas, mas não consigo pô-las ao lixo, nem arrumá-las num canto escuro do armário.
 
Tens memória de algum momento marcante, que tenhas vivido no basquetebol?
Sim! Lembro-me de Portimão. Estar juntos de um plantel com 6 anos de basquete para cima fez-me sentir tão pequenina! Fomos campeãs nacionais, e eu não sabia como o devia encarar: era importante, ou nem por isso? O que significava afinal? Até hoje, nunca soube responder às minhas dúvidas. Mas todo aquele ambiente, toda aquela maneira completamente diferente de jogar… foi sem dúvida umas das minhas memórias que mais me marcou.
 
Para os atletas mais jovens, que mensagens lhes deixas?
A mesma que me deixaram a mim. Deixo-lhes o mesmo que a minha mãe me dizia sem parar quando eu vinha cabisbaixa dos meus primeiros meses de treino: se não te passam a bola é porque não confiam o suficiente em ti. Procura a bola, mostra confiança. Mostra as mãos e faz aquilo que sabes. E depois de teres dado um pulo na tua evolução, humildade acima de tudo! Ninguém gosta de jogar com pessoas que não admitem os erros e que querem resolver as coisas sozinhas. Nem tu, de certeza! Acredita que todas as coisas que te dizem são para o teu bem e não para te destruir. Tenta sempre não contrariar antes de o tentar fazer.

 

 


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