Um rumo para a aproximação europeia

Versão para impressão
Avaliação: / 2
FracoBom 

altO Planeta Basket apresenta um trabalho elaborado por Orlando Simões, coordenador dos Centros Nacionais de Treino (CNT) e das selecções nacionais jovens.

 Com este trabalho, Orlando Simões pretende definir algumas orientações, tendo em vista a melhoria do nível do basquetebol nacional, aproximando-o do mais alto nível Europeu.

Desafiamos todos os treinadores Portugueses a comentar estas orientações e a pronunciar-se sobre o tema.


UM RUMO PARA A APROXIMAÇÃO EUROPEIA
 
Enquanto técnico com larga experiência, não duvidamos nem por um momento da importância da organização colectiva das equipas, nem da sua vantagem sobre o jogo individual.

O que importa refutar neste momento de reflexão, é a obsessão pela táctica e por modelos que convertem os jovens em verdadeiros “ parafusos “ de uma máquina que não pensa o jogo e condiciona a sua criatividade.

Considerando que a táctica na sua aplicação deverá criar condições para que os jovens cresçam jogando com a liberdade de acção e confiança que lhes permita animar o jogo muito para além do planeado, os modelos colectivos a propor para o basquetebol nacional deverão obedecer a estas preocupações no ensino do jogo.

Para indicarmos um rumo a seguir na aproximação ao basquete europeu, julgamos ser importante analisar a organização do jogo colectivo a este nível de modo a tornar mais claro o rumo a seguir.

A nossa participação nas competições internacionais nos últimos anos permite-nos afirmar que:

(I) os modelos ofensivos e defensivos e respectivo trabalho técnico que os suportam andam de mãos dadas e incrementam-se mutuamente;

(II) o domínio claro da defesa no jogo internacional pretende condicionar ao máximo a organização colectiva das equipas e que na maioria dos casos só é ultrapassado pela riqueza do talento individual dos jogadores e pela sua criatividade.

Caracterização da defesa no jogo internacional

Caracterização do ataque no jogo internacional

A organização ofensiva das equipas é suportada por uma enorme bagagem técnica que permite colocar o jogo em níveis de elevada intensidade ofensiva de onde sobressaem os seguintes aspectos:

Torna-se pois urgente incrementarmos uma qualidade de treino que nos aproxime do que de melhor se faz no jogo colectivo europeu e assentar tudo isto em algo que para nós é claro:

Precisamos de ensinar os nossos jogadores a ler o jogo, decidir e executar mais rápido e com maior eficácia.

Julgamos pois prioritário adoptarmos um conjunto de princípios que, assentes numa colocação de jogadores no campo (aumentando o espaço entre eles) e suportados por uma melhoria de bagagem técnica, nos permita jogar mais tempo em campo todo de uma forma contínua, com racional organização colectiva de suporte às ideias em vigor e com criatividade individual.

Consideramos que no trabalho a seguir nos CNTs e selecções nacionais, para além das soluções tácticas com identidade própria para os nossos jogadores e decididas em trabalho colectivo dos técnicos, deviam ser apontados os seguintes caminhos comuns:

Para a defesa

Para o ataque

- Após drible

- Após passe nas saídas de penetração

- Após corrida sem bola com recepção e tiro

- Incentivar a eficácia do lançamento livre (mais penetrações, maior nº faltas sofridas)

- Procurar a utilização do jogo de 2x2 (em especial do bloqueio directo), ensinando os conceitos de tempo e espaço (aparecer a bloquear rápido e rodar rápido para o cesto)

- Penetrar com decisão e eficácia na procura do jogador certo

 - Passar e cortar

- Repor jogadores no campo de visão do jogador interior com bola

- Movimentar os jogadores sem bola com cortes e bloqueios

Ao procurarmos encontrar opções tácticas para o basquetebol português, devemos ter sempre presente que devemos fornecer a bagagem técnica e a astúcia aos nossos jogadores de modo a poderem encontrar soluções ofensivas com êxito no confronto internacional.

Deixamos pois, algumas sugestões tácticas para adoptar de acordo com o nível técnico-táctico das equipas, devendo-se tentar uniformizar princípios de jogo nas transições ofensivas, na organização espacial ofensiva e especialmente acreditar que temos que aumentar a intensidade do nosso jogo defensivo e ofensivo.